Ao comemorar 7 anos de existência em fevereiro deste ano, os diretores fundadores da Logic – Francisco Snoeck e Daniel Muricy – dão uma entrevista exclusiva em que fazem uma análise da trajetória da empresa, avaliam o mercado de operações logísticas no país e antecipam os principais projetos e desafios para os próximos anos.
- O que os motivou a fundar a Logic?
Francisco: Daniel e eu já trabalhávamos no mercado e éramos colegas na antiga empresa em que trabalhávamos até que em 2011 ele me convidou pra ser sócio numa empresa que ele estava entrando como sócio. Ate então nunca tinha pensado em montar uma empresa de transporte. Pouco depois, um dos sócios saiu e foi quando ele me convidou para comprar a parte dele. Mas o processo não deu certo, então resolvemos começar a nossa própria empresa do zero. Em fevereiro de 2012 surgiu a Logic Soluções Logísticas, como sendo uma empresa de transporte. Começamos com três funcionários apenas, mas não demorou muito para precisarmos ampliar nossa estrutura. No início de 2013 nos mudamos para uma área maior onde poderíamos estacionar nosso primeiro caminhão, um Iveco. Desde o começo tínhamos o sonho de estruturar um armazém, mas não tínhamos ainda dinheiro para investir nisso, então focamos em transporte.Em 2013 dobramos de tamanho e fomos ampliando nossa frota em 2014. Finalmente começamos a operar com armazenagem em 2016 e desde então seguimos colhendo um resultado positivo de crescimento.
Daniel: Um dos desafios era que queríamos fazer algo diferente, do jeito que acreditávamos ser melhor para operar no mercado em que já operávamos. Tivemos desde o começo uma aceitação muito grande do mercado e confiança em nosso trabalho devido
à qualidade e dedicação ao nosso cliente. Desde o início montamos uma equipe diferenciada com pessoas experientes e de nossa confiança.
- O que consideram um diferencial da empresa?
Francisco: Diria que a seriedade. Levamos muito a sério nosso negócio e somos comprometidos com tudo que fazemos. Acreditamos que isso ajuda a termos um reconhecimento do mercado que valida nosso trabalho. Não queremos fazer o comum, buscamos sempre o diferencial em tecnologia e atendimento, queremos sempre oferecer algo diferente, que seja reconhecido no mercado dessa forma. Sabemos que estamos no caminho certo.
Daniel: A capacidade técnica de entregar resultado e dar a resposta que o cliente precisa. Como já atuávamos no segmento e conhecíamos muitos players do mercado, sabiam que trabalharíamos ainda com mais empenho na nossa própria empresa. Os clientes são muito exigentes e desde o começo atendemos grandes empresas, multinacionais com processos complexos de logística. Nunca quisemos uma aventura, sabíamos o que estávamos fazendo e assumimos com muito comprometimento uma grande responsabilidade.
- Quais os principais desafios enfrentados ao longo destes anos?
Francisco: Acredito que atravessar as crises econômicas do país, especialmente entre 2015 e 2017, foi um desafio grande para nós. Se, por um lado, sabíamos que era o momento de investirmos em infraestrutura e mostrar nosso diferencial – porque é na crise que todo mundo faz conta – sofremos com atrasos nas negociações, desistências e negócios que estavam quase certos, mas não puderam se concretizar no prazo estimado. Passamos um bom tempo apenas injetando dinheiro para manter a estrutura do centro de armazenagem e distribuição, com a área de transporte segurando sozinha o fluxo de caixa da empresa. Foram três anos bem difíceis para nós!
4 Como avaliam o cenário logístico na Bahia e no Brasil?
Francisco: O mercado na Bahia é extremamente carente. Se você visita outro polo nordestino como Recife, por exemplo, você vê o quanto ainda precisamos desenvolver e por isso a Bahia já perdeu grandes negócios. Acredito que o condomínio no qual estamos locados hoje já traz uma infraestrutura de qualidade superior e mostra que podemos atender com padrão de excelência. A área de transporte tem uma dificuldade grande porque virou uma commodity para quase todos e faz com que muitos clientes não enxerguem valor agregado, daí o item determinante para contratação se torna o preço. Muitos ainda não enxergam a importância de ter um diferencial de estrutura, qualidade, tecnologia ou atendimento e acham que transporte é só custo, mas tentamos sempre mostrar um diferencial sem deixar de viabilizar o negócio. Um mercado que não entrega valor não tem futuro. Preciso que o cliente perceba o valor agregado em nosso serviço.
Daniel: No momento em que começamos a mostrar que temos aqui na Bahia um complexo logístico com estrutura e qualidade igual ou superior à do Sudeste ou de outros locais no Nordeste, os negócios começaram a surgir. Há uma demanda reprimida. Estudos mostram que há um gap no Estado de 500 mil metros quadrados em armazém. Tem muita coisa pra acontecer e, com a nossa estrutura e qualidade, mudamos o cenário logístico e estamos virando referência na região.
- Quais os principais projetos para o futuro?
Francisco: Estamos bastante otimistas quanto ao futuro. O ano de 2018 trouxe resultados muito bons, concluímos os projetos de verticalização, máquinas e ampliação. Para 2019 já estamos com 70% do nosso armazém vendido, o que demonstra nossa alta capacidade de negócio, inclusive já iniciamos a construção de um novo prédio com mais 20 mil posições pallets.
Daniel: Nossa expectativa de crescimento é de 42% para este ano e imaginamos que teremos um ano desafiador, mas com bom cenário para negociações de novos projetos. Além disso pretendemos ampliar nosso serviço na área de produtos refrigerados, com uma área maior no novo prédio.
- Como imaginam a Logic daqui a 7 anos?
Francisco: Vejo que estaremos muito forte em Pernambuco, onde já iniciamos nosso processo de instalação, e também em outros estados. Esperamos que o mercado como um todo esteja mais desenvolvido também. Temos paixão de fazer o que fazemos e queremos ver um mercado melhor, não apenas em tamanho, mas em qualidade. Investimos em tecnologia de ponta para fazer sempre diferente, fomos os primeiros da região a lançar uma ferramenta de controle e acompanhamento diferenciado nas operações de transporte e iniciamos as operações com máquinas trilaterais semiautomáticas no CD. Enfim, sabemos que o desafio é grande, mas o dever de casa já está sendo feito. Não queremos ser o maior, queremos ser o melhor.
Daniel: Enxergo uma operação mais consolidada e integrada, com opções de serviços diversificadas que permitam uma solução mais ampla para o cliente. Vejo que estaremos atuando em fronteiras maiores, o Nordeste tem um potencial muito grande de crescimento e consumo e as indústrias sabem disso. Como o mercado aqui ainda está em desenvolvimento, quem estiver na frente será reconhecido por isso e terá uma vantagem competitiva importante.