5 Tendências da logística após a pandemia

O impacto da pandemia do Covid-19 no mundo é imenso e pode ser notado em praticamente todos os setores da vida. Num curto prazo, novos hábitos surgiram e tendências comportamentais que vinham se desenvolvendo gradativamente foram aceleradas. No setor logístico não é diferente. Mudanças abruptas na economia e novas exigências de trabalho e consumo exigiram que as empresas se mobilizassem e, rapidamente, reorganizassem suas formas de trabalho.

“Manter as operações em funcionamento, cumprir obrigações contratuais, garantir a segurança de colaboradores, mapear áreas de risco, gerir estoque, demandas de clientes e projetar cenários foram alguns dos desafios que enfrentamos para seguir com nossas operações”, explica o diretor operacional da Logic, Francisco Snoeck.

Passado o primeiro momento da crise e com a retomada das atividades ao redor do mundo, a pergunta que fica é: como será a logística na pós-pandemia? Para ajudar a entender o novo cenário, identificamos as principais tendências do setor que devem ser fortalecidas.

1. Descentralização dos centros produtores: a pandemia escancarou a fragilidade criada pela alta dependência de poucos países ou fornecedores – vide o exemplo da China. Encontrar fornecedores alternativos em outros países exigirá um grande esforço, mas tudo indica que compensará e as empresas parecem dispostas a isso. Deste modo, deve haver uma divisão nas grandes cadeias de suprimentos, de modo que se tornem menores e mais ágeis.

2. Maior integração entre empresas e fornecedores: as empresas que possuíam mais visibilidade de sua cadeia logística de suprimentos conseguiram responder melhor à crise, pois o mapeamento ajudou a entender melhor onde elas tinham problema, sendo possível corrigir mais rapidamente. Para que isso seja possível, é essencial a ajuda de seus fornecedores. A lição que fica é que uma maior colaboração entre a empresa e seus fornecedores permite o melhor gerenciamento – seja em momentos de expansão ou de crise.

3. Crescimento do e-commerce: o aumento das vendas online durante a pandemia acelerou um processo que já vinha sendo desenhado – o novo hábito de consumo no ambiente digital. Da noite para o dia, grandes redes de varejo fizeram adaptações em suas plataformas de market place para aumentar a grade de produtos oferecidos e contemplar novas parcerias feitas com micro, pequenas e médias empresas. Neste cenário, as empresas de logística precisarão rever seus processos e serviços de transporte, entrega e distribuição fracionada para atender as novas demandas dos clientes de varejo.

4. Gestão do trabalho remoto: a pandemia forçou as empresas a adotarem modelos de trabalho remoto para suas equipes, mesmo aquelas que eram mais resistentes ao modelo precisaram fazer ajustes para manter parte de seus funcionários trabalhando em home office. Além disso, reuniões, cursos e eventos de trabalho passaram a adotar o ambiente digital, com isso novas plataformas e aplicativos de videoconferência passaram a ser amplamente utilizados. O que antes poderia parecer estranho tem surtido um efeito positivo em muitas empresas, com redução de distâncias e custos operacionais. Deste modo, não duvidem que as melhorias provocadas na gestão do trabalho remoto devam permanecer mesmo após a pandemia.

5. Adoção de tecnologia e inteligência artificial: durante a pandemia, muitas empresas tiveram sérios problemas em sua cadeia de suprimentos por conta do gerenciamento manual de estoques, baixa transparência e falta de flexibilidade logística. Muito desses transtornos poderiam ser evitados se houvesse automação de processos no controle e gestão da cadeia. Com a adoção de inteligência artificial e tecnologias específicas, é possível prever riscos e oportunidades, bem como gerir com precisão controles, fluxos internos, estoques, rotas de entrega e transporte, entre outros.

“Sem dúvida, a pandemia nos forçou a avançar em diferentes níveis. É preciso mudar a forma de pensar, agir e trabalhar para nos adaptarmos a uma nova realidade. Surgem outros modelos de negócio e quem souber flexibilizar e se reinventar o mais rápido possível, estará um passo a frente”, conclui o diretor comercial da Logic, Daniel Muricy.